“É o que é”

É tão simples e complexa ao mesmo tempo. A riqueza da mesma tem a ver com essa precisão, autoria e poder. Onde se abre todo um campo de jogo visual com estes poucos elementos, como uma fórmula básica ou mínima.

Onde há um achar e efetividade na seleção das cores, é pura e dura.

Nascem formas realistas, representativas, apresentando em simultâneo, múltiplas perspetivas, na busca de romper com o ponto de fuga único e tradicional.

Do passar por exposições, bienais e concursos em diferentes países e cidades, nasce a necessidade de incorporar referências sobre o território onde vão ser exibidas. Não pretendo fazer uma Pintura representativa do exterior, busco apenas um eco entre o contexto e o modo de construir a minha ficção de formas e cores.

Pode-se observar o mesmo jogo de volume, plano e linha. De equilíbrio e desequilíbrio, onde os objetos seguem sem se unirem e com pontos de fuga diferentes, formando sempre uma composição harmónica. Todas são o reflexo das minhas reflexões quotidianas.


“Es lo que es”

Es tan simple y compleja al mismo tiempo. La riqueza de la misma tiene que ver con esa precisión, autoría y poderío. Donde se abre todo un campo de juego visual con estos pocos elementos, como una formula básica o mínima.

Donde hay un hallazgo y efectividad en la selección de los colores, es pura y dura.

Nacen formas realistas, representativas, presentando en simultáneo múltiples perspectivas, en búsqueda de romper con el punto de fuga único y tradicional.

Al transcurrir las exposiciones, bienales, concursos en diferentes países y ciudades, nace la necesidad de incorporar referencias sobre el territorio donde vayan a ser exhibidas. No pretendiendo hacer una Pintura representativa del afuera, solo busco un eco entre el contexto y el modo de construir mi ficción de formas y colores.

Se puede observar el mismo juego de volumen, plano y línea. De equilibrio y desequilibrio, donde los objetos siguen sin unirse y con puntos de fuga diferentes, igual siempre forman una composición armónica. Todas son el reflejo de mis reflexiones cotidianas.


“It is, what it is”

It is so simple and complex at the same time. The richness of it has to do with this precision, authorship and power. Where a whole field of visual games opens with these few elements, as a basic or minimal formula.

Where there is a finding and effectiveness in the selection of colours, it’s pure and hard.

Realistic forms arise, representative, presenting simultaneously, multiple perspectives, in the quest to break away from the unique and traditional vanishing point.

From the exhibitions, biennials, contests in different countries and cities, comes the need to incorporate references on the territory where they will be exhibited. I don’t want to make a representative painting of the outside, I just look for an echo between the context and the way to build my fiction of shapes and colours.

You can see the same volume, plane and line game. Balance and imbalance, where objects remain unattached and with different vanishing points, always forming a harmonic composition. All are the reflection of my daily reflections.

Movimentos Geométricos

 A pintura não-figurativa de Loli Aldazabal apresenta uma delicada harmonia geométrica.

Sobre o fundo de suaves cores neutras dispõem-se formas geométricas regulares ou poliédricas, desdobradas e imbricadas em planos dinâmicos. A variada paleta cromática, sempre de grande suavidade, não perturba este movimento contínuo.

Aqui e ali estes planos lisos convertem-se em formas tridimensionais contrastantes e adquirem solidez, lado a lado com simples planos dobrados, como folhas de papel, numa espécie de singulares projeções ortogonais, embora irregulares.

Dobrando-se, projetando-se, multiplicando-se, embrincando-se no espaço neutro, esta variedade de formas parece mover-se silenciosamente.

Mais ainda, esta análise e dissecação espacial dinâmica é também enriquecida pela presença de simples planos lineares, de arestas agora arredondadas, símiles de écrans que revisitam o binómio Modernista do contraste entre a figura e o fundo.

Esta imensa variedade de planos e perspetivas, sublinhada pela cor suave, insere-se na tradição da Abstração Geométrica, um dos cânones e pilares da cultura visual do Ocidente.

Rui Afonso Santos


Movimientos Geométricos

La pintura no figurativa de Loli Aldazabal presenta una delicada armonía geométrica.

En el fondo de los colores neutros suaves, las formas geométricas regulares o poliédricas se organizan, se despliegan y se incrustan en planos dinámicos.

La variada paleta cromática, siempre de gran suavidad, no perturba este movimiento continuo.

Aquí y allá estos planos lisos se convierten en formas tridimensionales contrastantes y adquieren solidez, lado a lado con simples planos doblados, como hojas de papel, en una especie de singulares proyecciones ortogonales, aunque irregulares.

Doblándose, proyectándose, multiplicándose, envolviéndose en el espacio neutro, esta variedad de formas parece moverse silenciosamente.

Por otra parte, este análisis y la disección espacial dinámica también se enriquecen con la presencia de planos lineales simples, de bordes ahora redondeados, símiles de pantallas que revisan el binomio modernista del contraste entre la figura y el fondo.

Esta inmensa variedad de planos y perspectivas, subrayada por el color suave, se ajusta a la tradición de la Abstracción Geométrica, uno de los cánones y pilares de la cultura visual occidental.

Rui Afonso Santos


Geometric Movements

Loli Aldazabal non-figurative painting presents a delicate geometric harmony.

On the background of soft neutral colours, regular or polyhedral geometric shapes are arranged, unfolded and embedded in dynamic plans. The varied chromatic palette, always of great softness, does not disturb this continuous movement.

Here and there these flat planes are converted into three-dimensional shapes contrasting and become solid, side by side with simple folded planes, like sheets of paper, in a kind of singular orthogonal projections, although irregular.

By folding, projecting, multiplying, wrapping itself in neutral space, this variety of forms seems to move silently.

Moreover, this analysis and dynamic spatial dissection is also enriched by the presence of simple linear planes, of edges now rounded, screens similes revisiting the Modernist binomial of the contrast between the figure and the background.

This immense variety of plans and perspectives, underlined by the soft colour, fits into the tradition of Geometric Abstraction, one of the canons and pillars of Western visual culture.

Rui Afonso Santos